sábado, 21 de maio de 2011

Um pingo de coragem.


E essa coragem que a vida exige?
A coragem de colocar os pingos, acabar as frases, pontuar os espaços, terminar uma sentença longa.
Me faltam pingos!
Me sobram espaços, brancos, rascunhos incompletos. Todos esperando pontuação, um fim, uma corajosa exclamação!
Tá tudo reticente demais e não há pingo nem ponto que encerre essa frase.

4 comentários:

GIL ROSZA disse...

Pode ser que uma parte da vida chegue mesmo assim... sem uma acentuação normatizada. Talvez para que cada leitor faça a sua própria análise sintática.

Tudo sobre minha avó disse...

Adorei, Gil! Aliás, adoro seus comentários! Bjs e obrigada!
Débora

GIL ROSZA disse...

Mas não é culpa minha, juro! rs, é que seus textos são tão bons que não comentá-los devia ser pecado! Bejão

Anônimo disse...

[...]

"Minas, esse espinho que não consigo arrancar
do meu coração - fui menino em Minas, cursei
Minas e os seus córregos, vi nascer gente e
morrer gente em Minas, na época em que essas
coisas contam. O que amo em Minas é a sua força
bruta, seu poder de legenda, de terras lavradas
pela aventura que, sem me destruir, incessantemente
me alimentam. O que amo em Minas são os pedaços
que me faltam, e que não podendo ser recuperados,
ardem no seu vazio, à espera que eu me faça inteiro
- coisa que só a morte fará possível."

[...]




Lúcio Cardoso [Ubá]